sexta-feira, 17 de setembro de 2010

As coisas ficaram como deviam ter sido.

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Uma coisa que ele disse é verdade. Não consigo mais escrever por que não tem do que reclamar. choramingar sobre o leite derramado, inventar vidas perfeitas, contar desastres.
Agora o que tem é justamente o que está aqui.
Eu tentando escrever e ele com seu livro no meu lado na cama. Reli as mil coisas obscuras que já escrevi sobre ele no antigo 3/4. Estranho eu ter adivinhado como seria. Ter uma toalha pra mim no banheiro. Ter minha pasta de dente em cima da pia. Ter meu lado certo na cama, a não ser pra escrever e o laptop alcançar. Ele reclamando por que eu tiro o elástico do lençol preso no colchão. As reclamações dele, os afaguinhos dele. Tudo isso eu já sabia.
E procurando meu antigo blog no google, por que eu não lembrava mais qual era a senha dele, descobri uma farsante com o nome do meu ex-blog. Sacanagem. Mas tudo bem, se você pensar que aquele blog nem valia a pena. Continua no ar por orgulho, passei horas da minha vida escrevendo asneiras nele. E asneiras as vezes são graça na internet. Minha besteira esquecida.
Agora já não danço tanto, gosto de casinha e comidinha na cama. Gosto de escrever e reler e a visão que tenho todo dia dele se arrumando com sono. Gosto dele estirado em mim fazendo peso. Gosto de tentar explicar as coisas pra ele. Gosto de mim do lado dele.
No final de tudo eu já sabia e os mundos se cruzaram. O que eu inventava e o que eu vivo agora.
Não tem mais o que inventar. Por aqui eu sigo. Vivendo. E muito bem acompanhada. Sempre em frente e de cabeça pra baixo. Do jeito que eu gosto.
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