segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A gente não duvidava.

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Ela disse que ia sair com a gente pra conferência por que precisava sair daquela bad que tinha entrado - ou sido jogada mesmo - e não conseguia sair sem sua há muito oculta auto estima. Aí ela olhou logo pro cara que todos nós estávamos tentando fazer um contato há anos e por sinal tantos anos que todos já havíamos desistido e até pego raiva dele por que ele era o escritor maior arrogante do Brasil.
Clarinha, se comporta, aquele cara ali é o dono da A., meu emprego depende dele, o seu emprego depende dele, e o emprego do Mário depende dele, então sossega aí nessa cadeira, não pesa. E ainda por cima, parece que o cara nunca aperta a mão de ninguém.
Foi o que nosso amigo Paulo disse pra ela, quando notou as más intenções da garota.
Então ela disse “aposta quanto que eu vou lá, converso com ele por dez minutos, e ao me despedir, ele me dá um beijo?”.
“a bebida mais cara do bar como ele não lhe dará nem um minuto para começar”.
Todas nós nos olhamos e concordamos que o Paulo estava ferrado.
Clarinha levantou, e de alguma maneira se enfiou na roda do dono da A., falou durante exatos dez minutos, e ao despedir-se, foi cumprimentada com um caloroso beijo do dono arrogante da A. e voltou encarando o Paulinho jogando os quadris de um lado para o outro.
Sentou com seu ar triunfal, elegeu a bebida mais cara, e disse: “Agora vamos brindar a mim”.
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