sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Algumas vezes ele retomou o caminho e se deparou com as luzes apagadas. Ela estava lá dentro com seus olhos perdidos e querendo olhar pela janela. Decifrar qual daqueles carros. Ela escreve para ele.
Ela escreveu Amor vira Carvão e decidiu que chega: No amor é necessário alguém para afundar junto.
Mudou de cigarro. Tomou porres mais sujos. Aposentou os saltos.
Não é possível voltar. Fez outras coisas, trabalhou em dobro.
Apaixonou-se de novo, tentou. O amor só acabava com ela.
Fugiu tanto que acabou cansada e tendo que pensar nele. Ele dentro dos carros debaixo dos postes de luz apagados. Pernas que ele nunca poderia gostar como gostava das pernas dela.
Palavras não adiantavam.
Era preciso o olho no olho.
Testa na testa.
É preciso ser forte.
Desobedecer os signos.
Então ela pulou.
Estava sem dormir.
Mulher apaixonada que não dorme é uma merda.